segunda-feira, 30 de março de 2009

Vida passageira

Já faz um tempinho que andar de ônibus virou rotina. Já são muitas as coisas legais que apareceram pela janela ou no corredor do ônibus - algumas até merecem acompanhamento diário. Mas acho que vale começar isso tudo aqui explicando mais ou menos como são as viagens de ida e volta do trabalho, que são as viagens mais corriqueiras. Pros que não sabem, moro no Méier e trabalho em Botafogo. Foi-se o tempo em que eu trabalhava no Centro. Já era a comodidade!
Mas vamo que vamo...
457. Abolição - Praça General Osório. Ô ônibus cheio dos infernos. Demora horrores pra chegar, e quando chega está lotado. Mas é a opção mais rápida. Faz o exato caminho que eu faria se estivesse de carro. O problema é que eu o pego muito longe do ponto final (ou inicial, no caso). Aí já viu, né. É aquele monte de gente disputando um lugarzinho bacana. Não preciso nem dizer que vou em pé a viagem toda, né? Do Méier a Botafogo, 40, 45 minutos de viagem graças ao péssimo trânsito do horário de rush. Ah, e tem um outro problema: ele não passa pertinho de casa, tenho que andar uns dois quarteirões para pegá-lo ou usar um outro ônibus até o ponto mais próximo. Haja paciência... Mas é a opção mais inteligente e menos preguiçosa. Pra voltar do trabalho, por exemplo, é só ele que eu pego. O tal mesmo caminho que eu faria de carro também vale pra volta. A bosta é ficar em pé, engarrafada em Laranjeiras, dividindo o pouco espaço que resta com outros passageiros, muitos sujos de areia e cheirando a praia. Faz parte...
474. Méier - Jardim de Alah. Esse sim! Passa na porta de casa. E quando eu digo 'na porta', é na porta mesmo (dá até pra vigiar o ponto da janela). Tão na porta de casa quanto o 457 na volta. Perfeito! E detalhe: o ponto em frente à minha casa é apenas o segundo do itinerário. Vazio, várias opções de lugares. Uma beleza. O problema é que ele dá uma volta do caramba. É mais ou menos assim: Méier, Jacaré, Benfica, Triagem, São Cristóvão, Leopoldina, Presidente Vargas, Aeroporto Santos Dumont, Aterro, Flamengo, Botafogo. Uma contramão absurda. Uma hora e vinte de viagem. Porém, sem grandes engarrafamentos. Mas vale a pena se a intenção é avistar situações incomuns. Reparou no itinerário? O que não falta é cena surreal e/ou interessante. Agora, pra voltar pra casa, nada de 474. Imagina essa volta toda depois de um dia cheio? Não.

Um comentário:

Anônimo disse...

Leio. Fecho os olhos. Imagino você falando, me contando essa historinha. É, penso. É a Ana.